Câmara do Chile aprova abertura de impeachment de Sebastián Piñera

Câmara do Chile aprova abertura de impeachment de Sebastián Piñera

Deputado da oposição discursou por mais de 14 horas para garantir os 78 votos necessários

A Câmara dos Deputados do Chile aprovou nesta 3ªfeira (9.nov) a abertura do impeachment do presidente Sebastián Piñera, em sessão que durou mais de 20 horas.

A denúncia foi aprovada por 78 votos a favor, 67 contra e três abstenções, e agora avança para o Senado, que tem o poder de destituir o presidente, acusado de violar a constituição e as leis e comprometer a honra da nação por supostamente favorecer a venda de um imóvel familiar durante o primeiro mandato (2010-2014). Os senadores têm no máximo seis dias para iniciar o processo.

A denúncia de 16 deputados de centro-esquerda surgiu após a divulgação dos chamados Pandora Papers, uma investigação jornalística internacional que revelou negócios em paraísos fiscais de mais de 300 pessoas, incluindo Piñera. Entre milhões de documentos está um contrato de venda de um imóvel pertencente aos filhos de Piñera nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal.

Se a acusação for aprovada nas duas casas, oposição precisa do apoio de 29 dos 46 senadores, o presidente será retirado do cargo e não poderá exercer funções públicas por cinco anos.

Para garantir a vitória no plenário, o deputado Jaime Naranjo, do Partido Socialista do Chile, preparou um documento de 1,3 mil páginas como Acusação Constitucional para ler por cerca de 14 horas na Câmara do país e garantir, assim, que o parlamentar Giorgio Jackson, do Revolução Democrática, terminasse de cumprir uma quarentena obrigatória e chegasse ao Congresso a tempo de votar pela continuidade do processo que pode retirar Piñera do posto. Naranjo, que teve ao menos uma pausa para ir ao banheiro, terminou o discurso à 1h25 desta 3ª feira (9.nov).

Bruno Bairros

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