Após reunião de líderes, Otan anuncia mais apoio para Ucrânia e envio de tropas para países vizinhos

O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, anunciou nesta quinta-feira (24) que os líderes da organização decidiram em reunião dar mais apoio à Ucrânia e enviar tropas para Bulgária, Romênia e Eslováquia, países vizinhos. O encontro entre as lideranças em Bruxelas para anunciar novas medidas contra a Rússia aconteceu no dia em que a guerra completou um mês.
Stoltenberg destacou ainda que a Otan se prepara para longo prazo e aumentará seu apoio para todos os países ameaçados pelos russos. Ele também afirmou que a China deve utilizar a sua influência na região para “promover a paz” e pressionar Vladimir Putin para acabar com a guerra.
Os líderes aprovaram nossas 4 novas tropas na Bulgária, Romênia e Eslováquia. Serão adicionais às que estarão nos Países Bálticos e na Polônia. Portanto, serão 8 tropas da Otan posicionadas do Mar Báltico ao Mar Negro
Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan
O possível uso de armas químicas pela Rússia foi destacado por Stoltenberg como motivo de preocupação. Segundo ele, a utilização deste tipo de armamento mudaria a natureza da guerra. O secretário-geral disse que a Aliança está fazendo tudo para evitar entrar no confronto.
Qualquer tipo de uso de armas químicas totalmente alterará a natureza do conflito e implicará em consequências disseminadas. É um risco de efeito direto ao povo vivendo em países da Otan, pois pode ter contaminação de resíduos de armas químicas
Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, participou virtualmente da reunião da Otan e disse que o país precisa de apenas uma fração do poder de fogo combinado da Aliança. “Vocês podem nos dar 1% de todos os seus aviões, um por cento de todos os seus tanques. Um por cento!”, pediu o ucraniano, em um apelo efusivo por mais assistência militar, segundo um alto funcionário do governo dos Estados Unidos que ouviu os comentários.
Em um mês de guerra, os números do conflito, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), são de quase 1.000 civis mortos. Apesar da ofensiva, as forças russas ainda não conseguiram capturar a capital Kiev. Na avaliação de especialistas e da inteligência de países ocidentais, o exército russo sofre com problemas logísticos, falta de suprimentos e tem dificuldade em superar resistência ucraniana.